sábado, 20 de outubro de 2007

Gira-mundo!

E ontem, ou hoje já que era passado da meia-noite, o mundo provou-me mais uma vez que ele gira e gira.
Chamei alguém que disse nunca por os pés em tal ambiente, e eis que encontro seus mais íntimos companheiros e companhias circulando por lá.
Enebriados pela cevada fermentada, corpos agitavam-se e requebravam com a batida dos pandeiros e pasmem, do saxofone que produziam um ritmo decadente e ultrapassado outrora extremamente por mim agraciado, o pagode.
Esta bela madrugada em que a lua permanecia dourada, fez-me sorrir, cantar e dançar empurrando para longe os vários preconceitos que cismam em me cercar.
Atraídos pelo remelexo da cintura e dos quadris das morenas mais graciosas do lugar, olhos vinham e iam em encontros e desencontros como num balé profano de desejo e cobiça.
O sorriso rapidamente transmutado em espasmos de dor e sono ludibriava e seduzia os mais desatentos, que bestificados mostravam sua imensa dificuldade em controlar seus pensamentos, gestos e movimentos, num desarranjo colossal e deprimente.
E ao findar a magnífica festa dos horrores alegóricos, gente de todo o tipo pareciam como insetos asquerosos que não sabem a direção a seguir e que ficam correndo em todas as direções sem sair do lugar como bestas tontas amarradas à um mourão solitário.
Palavras são trocadas por valor algum, nada em que se possa dar crédito. Surgem os medos inconscientes e as vontades camufladas tentando em vão conquistar espaço no meio da corrida desnorteada e sem propósito válido.
Depois de toda essa farra dos bois imaginários, a mente pede por descanso e o corpo acrescenta o peso da solicitação. Um mundo novo que virá ao alvorescer do sol aguarda apenas que se cerrem os olhos, o que faço em dois breves segundos.

Jéssica a Maga

Um comentário:

Matraqueando... opiniões legítimas e que procedam com o que pensam, por favor.