quarta-feira, 8 de abril de 2009

Má Educação no Metrô DF

A tecnologia avança a cada dia, vários produtos são lançados e em um espaço curto de tempo já não são mais tidos como novidade. Há alguns anos ter um celular era coisa de "rei" hoje em dia até o pipoqueiro do parque tem um! Mp3, mp4 e similares são comprados por qualquer pessoa, não importando idade ou classe social. Mas o verdadeiro incômodo não é o livre acesso à tecnologia e sim com o uso que dão a ela! Certo dia, estava eu a me deslocar com ajuda do metrô e passado alguns minutos percebi um som realmente alto que contribuía demasiadamente com a dor de cabeça que sentia. Olhei algumas vezes para o lugar em que parecia ser a fonte de tanto barulho mas demorei a identificar o autor de tão desrespeitosa ação. Estava bem em uma das extremidades do vagão, onde dois senhores idosos ocupavam os assentos preferenciais e tinham expressões de profundo desagrado pois logo atrás deles, estava sentado um casal jovem que ouvia a música que lhes aprouvia no último volume sem se importar com olhares chateados de ninguém. Eu esperei pacientemente alguns minutos, pois as vezes era a música preferida e por este motivo estava tão alta. Quando então o locutor da rádio começou a berrar sua programação não consegui me conter, minha dor de cabeça não dava trégua e me senti profundamente desrespeitada. Fui até o autor de tamanha falta de educação e olhando bem em seus olhos desenvolvemos o seguinte diálogo:
_Por favor senhor, o senhor pode abaixar o volume de sua música pois não estou interessada em ouvi-la e estou com dor de cabeça.
_Mas o vagão é tão grande!
_Sim senhor, eu sei. Mas nós não estamos interessados em ouvir sua música, o senhor pode abaixá-la?
_Porque você não vai para outro lugar? O vagão é tão grande!
_Porque o senhor insiste em ser tão mal educado?
Então a jovem senhora que o acompanhava diz:
_Vai, fulano, coloca o fone!
Ele diminui o volume e eu volto ao meu lugar. E fica resmungando:
_Não acredito, o vagão é tão grande... eu só vou abaixar, não vou por fone nenhum!
Para minha surpresa observo que nenhuma das pessoas me dá qualquer sinal de apoio, pelo contrário, elas desviam o olhar de minha pessoa como se eu fosse algo que não devesse estar ali. E assim que o trem chega ao meu destino, que por todas as Leis de Murphy é o mesmo que o do jovem casal, a moça passa por mim e fala baixinho em uma voz infantilizada:
_Tchau moça estressada!
E eu sigo pelo mesmo caminho que eles vão, mais a frente eles se separam e por onde o jovem rapaz passa, eu sigo.
Mas que direito tem alguém de impor qualquer som a alguém? E que direito temos nós de reclamar? Afinal existem poucos ou nenhum controle sobre a poluição sonora em ambientes públicos. Creio que se não partir de nós mesmos a clamar pelo nosso direito de não sermos perturbados, não haverão mudanças significativas nessa esfera. Eu cansei de ficar de braços cruzados aceitando tudo quanto é imposições que me fazem, se me sinto desrespeitada procuro impor respeito. E me sinto bem.

Jéssica a Maga