E então após tantos esforços e empenho deparo-me com a triste realidade que me cerca: não sou boa o bastante em nenhum aspecto da minha vida. Não chego nem próximo de ser razoável, aceitável. E chego a essa conclusão baseada nos resultados, na colheita do que planto. Deixo tanto a desejar e para mim é como uma ferida aberta a tanto tempo e só agora percebida. Hoje eu pude perceber pois tive o feedback dos meus últimos movimentos: não sou uma boa amiga, uma boa filha, uma boa irmã, uma boa mãe, uma boa estudante, uma boa compania, uma boa funcionária, enfim, não sou uma boa pessoa. E descobrir isso é um choque muito grande pois sempre me esforcei para ser. Mas meus esforços são insuficientes, tenho a clareza de que não são inúteis e em vão, mas não me deixam em posição vantajosa de modo que vislumbro meu futuro como alguém completamente solitária, medíocre e infeliz. Eu choro porque quero que meu futuro seja diferente e continuo me esforçando mais, me cobrando mais para mudá-lo a todo o custo. Sei que a franqueza e a sinceridade têm um preço muito alto pois a sociedade não está preparada para tal, apesar de cobrá-las (por educação ou modismo creio eu, porque na realidade preferem mentiras e fantasias que pareçam mais agradáveis aos sentidos), mas costumo pagá-lo, mesmo não obtendo os resultados esperados, por uma questão de princípios. Hoje todos os acontecimentos me colocaram pra baixo e eu me senti sufocada e desmotivada para a vida. Não consigo ver luz no fim do túnel e estou com medo de voltar à depressão.
Jéssica a Maga
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