sábado, 26 de setembro de 2009

Yakissoba no Porão do Rock 2009

"Fui no Tororó beber água e não achei,
Achei aquela morena que no Tororó deixei.
Aproveita minha gente que uma noite não é nada!
Se não dormir agora, dormirá de madrugada"

Cheguei bem cedo no domingo, era quase 2 horas da tarde. O sol rachando e quase nenhuma alma viva no porão (exceto alguns raros skatistas, outros dorme-sujo e os trabalhadores do evento). Como não tinha comido nada, fui às barraquinhas de comida que ficavam do lado do Teatro Nacional.

Até conheci uma guia-turistica que estava cuidando dos traslados das bandas.

Tinham muitas opções, mas uma faixa escrito: YAKISSOBA me chamou atenção, e creio que meu estômago aprendeu a ler na mesma hora, porque roncou... Perguntei quanto era, achei barato uma porção bem servida de dar água na boca por apenas R$6,00. Me sentei e pedi uma (recomendo a mista que é a melhor!). Algumas poucas pessoas começaram a chegar e um grupo logo se sentou a uma das várias mesas vazias. A família de nissei (sansei ou não-sei) que estava na labuta do yakissoba estava apenas se preparando para trabalhar e ainda almoçavam, sentados a uma mesa próxima à minha.

Um cara que estava no grupo de pessoas estava falando em alto e bom tom o modo como ele se comportava perante às mulheres, sem puder resistir a tentação de gracejar um pouco, eu perguntei:
_Ei, qual é o seu nome?
Ele um pouco surpreso (e a galera dele toda atenção voltada para mim) responde:
_Augusto.
_Bom saber. Não vou me esquecer de você.
Ele olha ainda mais surpreso e pergunta:
_E o seu nome?
_Jéssica, muito prazer.

Volto a comer e peço uma coca-cola. Não dou mais atenção ao grupo e eles logo se esquecem da minha presença. Começo a perceber que o filho que fazia yakissoba (seu nome é Hideo) estava prestando atenção à tudo e estava com um sorriso nos lábios a me fitar...

A mãe (seu apelido é Dalva), arrumou a mesa em que eu estava, recolhendo os lixos e levou a tampinha da minha coca-cola. Eu pedi a tampinha pois talvez eu fosse levar a garrafa logo. Aí o Hideo não achou uma tampinha e abriu uma coca-cola pra ele e me deu a tampinha. Então, comecei a puxar papo:

_Nossa, muito gostoso esse yakissoba que sua mãe faz!
_Foi idéia minha e do meu irmão, agora meus pais ajudam.
_Você também sabe fazer yakissoba?
_Ixi, eu que faço melhor aqui...
Nesse momento, para tornar a conversa mais interessante, eu resolvi acrescentar mais uma pessoa:
_Dalva! Nossa mas se eu fosse você, não deixava! Seu filho tá aqui falando que faz um yakissoba melhor que o seu... (eu comi o que a Dalva fez)
Ela olha descrente com um olhar meio desafiador e:
_Ah é?
Então algumas pessoas chegam e pedem um yakissoba. Eu digo:
_Peçam o misto que é o melhor, e peçam pra ele (aponto para o Hideo) fazer porque ele faz melhor... pelo menos foi o que ele disse... eu não sei se é verdade porque comi o que a mãe dele fez...

O tempo vai passando e as pessoas vão chegando e saindo. Até que eu fico com eles sozinha, eu sento à mesa que eles estão e fico conversando. A Dalva me diz que também tem uma filha e que o nome dela é igual ao meu. Aí eu pergunto onde que ela está e me dizem que ela está chegando com o irmão gêmeo do Hideo. Eu falo na hora que vou esperar, pois quero conhecer a família toda!

Lá pelas tantas (antes das 14:20) chegamos a um assunto sobre descendência e o pai do Hideo comenta sobre meus olhos pequenos e diz que eu tinha que casar com um japonês... Aí eu me finjo de desentendida e digo:
_Mesmo? Não tinha pensado nisso, mas parece uma boa idéia....
Todo mundo cai na risada... Eles moram perto da minha casa, no Areal. Então comento que quase não tem gente ainda e que vou dar uma volta pra ver se descubro que horas que vai começar o show, mas que é com certeza que volto, pois quero conhecer a família inteira. Eles me apoiam e dizem para eu voltar sim, e digo que com certeza vou indicar o yakissoba deles, porque vale a pena.

Vou e ando um bocado, o sol rachando, carregando um casaco e um guarda-chuva... fui ao banheiro (surpresa: estava limpo, cheiroso e tinha papel-higiênico) e depois me sentei ao lado de dois caras que estavam aguardando o início e fiquei sabendo que o show tava previsto pra umas 4 horas da tarde puts... ainda era 14:35... fiquei um pouco por lá escutando os papos, ora papeando também. Cheguei à conclusão de que era muito melhor esperar lá no yakissoba, sentada na sombra conversando com pessoas interessantes e voltei pra lá.

Passei o meu domingo indo e voltando da barraquinha do yakissoba e essa com toda certeza foi uma das minhas melhores lembranças. Até hoje to querendo um jeito de reencontrar o Hideo e sua família e comer mais um yakissoba... eles também fazem sushi!!!! Eu acho que me apaixonei... nem sei...

Jéssica a Maga

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